domingo, 23 de agosto de 2009

O Epílogo

Epílogo
Bom, espero que eu não seja mal interpretado, o epílogo não é do blog, mas do primeiro arco de histórias da Menina Morango. O que eu considero o primeiro livro fecha com a próxima história chamada "Dia dos Mortos".

Já existe um história com esse nome, surrupiei o título dessa hq do meu amigo Moacir Martins. Ele fez uma hq de horror para a revista Histórias Extraordinárias, isso lá no fim dos anos 80. Dia dos Mortos é um peso gosto muito desse título. A história do Moacir não tem nada a ver com o próximo capítulo da Menina Morango, mas quando li a hq do Moacir o que não saiu da minha cabeça foi a expressão dia dos mortos. Senti um peso, pensei nesse peso que é quando perdemos um ente querido, em como é o dia que morre alguém próximo, ou o dia depois ou dias depois...é o dia dos mortos (nós os vivos somos os mortos).

Foram essas as ideías que circulavam na cabeça, na época que eu recém tinha finalizado a Rotina na Terras das Risadas. Quendo eu desenhei A Rotina na Terra das Risadas eu demorei quase um ano fazendo essa hq, eu desenhava e não tinha idéia do que seria a história, fui meio que convivendo com as personagens, eu me encontrava na mesma posição que a personagem Cao. Querendo entender todos aqueles personagens, Menina Morango, o Assassino e o Nick. No meio daquilo descobri que essa hq era o um monólogo sobre a morte. Nick queria morrer e eu o ajudei. Descobri juntos com todas as personagens a morte do Nick e recebi o mesmo peso.

Quando contei o processo de criação dessa hq para o Rodrigo Rosa ele ficou estimulado em experiementar esse tipo de produção onde se começa uma hq sem saber onde ela vai acabar. Eu o convidei para fazer parte desse universo e criarmos juntos Dia dos Mortos. Foi mais ou menos assim: Oralmente eu descrevia os quadros e páginas e Rosa deixava a sua marca sem esboço, como o episódio Menina Morango que eu desenhei, ele traçou com grande maestria o pincel e o nanquim nas folhas. Marcou em linhas o peso do Dia dos Mortos.

Depois de duas horas tínhamos dez páginas. Anos depois, passados 17 anos eu ainda considero as melhores páginas dessa dupla e a melhor hq que fiz. Foi ali que entendi a minha busca nos quadrinhos, a minha marca, que me importo e quero contar histórias humanas e não gêneros.

Boa leitura.

Carlos Ferreira

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