domingo, 30 de agosto de 2009

Passado Composto- Capítulo um (parte 1). Texto e Desenhos: Carlos Ferreira

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continua...

A segunda temporada da série Menina Morango.

Fechado o primeiro arco de histórias chamado Menina Morango, novas idéias emergiram na minha cabeça. Talvez por uma necessidade de escapismo, ou por eu ser um desajustado (eu tenho certa dificuldade de me comunicar, interagir com o mundo...).
Sou meio um alienígena, ou alienado, o que seja. Acontece que sou de falar pouco, mais observo que falo. Mas de uns anos para cá, eu até falo mais. Acontece que antes de criar a Menina Morango, eu observava e ouvia o mundo alheio. Como comentei outra vez, a ficção Menina Morango é inspirado na vida real. É fato, eu a conheci. Hoje reconheço diversas Meninas Morango na minha vida. O ponto de partida foi uma, a garota que vou apelidar aqui de Cristina (Não seria Cristine?). Eu tive um complexo caso de amor com ela (qual namoro não é?). E a grande necessidade que eu tive depois que esse amor acabou em tragédia foi expurgar toda essa experiência para fora de mim. Fiz as primeiras histórias da Menina Morango e quando fechei o primeiro arco dessas histórias eu já estava a dois relacionamentos à frente. Curado (ou mais doente?).
Acontece que emergiram novas idéias. Idéias de não só uma história nova, mas diversas novas histórias.
Entre essas novas histórias veio a ideia de Passado Composto. Baseada numa maluca interpretação minha da conjugação verbal, em francês, le Passé Composé. Parece que existe uma conjugação verbal para o passado que não lembramos bem dos fatos. Uma conjugação para o passado que reinventamos. Tá claro isso? Bom, vou dar um exemplo: Caso eu necessite lembrar de um filme que quase não lembro, eu reconto o filme usando verbos nessa conjugação. Assim quem escuta a sinopse que conto vai saber que talvez o filme não seja bem assim. Doidera? Bom, eu quis escrever uma história praticando essa surreal teoria.
O primeiro arco das histórias da Menina Morango é bem linear, de certa forma,são histórias realistas. Mas aqui no blog eu comecei a mostrar esse universo com uma história que não temos a presença da Menina Morango, em Centauros estamos inseridos nesse universo. Niki comentou com o Cao na Rotina da Terra das Risadas sobre a vida dele e da Menina Morango ser recheada de magia. Isso estalou na minha cabeça como um ponto de partida para onde eu levaria as histórias. Eu queria entender melhor o que significava esse recheio mágico, eu queria experimentar narrar o que eu ouvi da própria, a real Morango e o seu passado de realismo fantástico. Nada melhor que esse título Passado Composto.

A estrutura aqui do blog vai mudar também, pois escrevi o roteiro completo de Passado Composto em 1992 e não desenhei na época. Desenho agora. À medida que eu for desenhando eu vou postando. Eu tento manter o mesmo clima dos meus desenhos da origem dessa ficção. Está sendo uma experiência divertida e melancólica esse retorno as origens, mas a melhor experiência do ano. Uma viagem no tempo. Eu vou compondo o passado. Quero dizer também, que esse formato novo de postagem foi inspirado no blog de um grande amigo, falo do Sica, por sinal tenho que pedir uma colaboração dele. Uma história para a Menina Morango.
Agora, todos os domingos, Passado Composto.

Boa leitura.

domingo, 23 de agosto de 2009

Dia dos Mortos


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O Epílogo

Epílogo
Bom, espero que eu não seja mal interpretado, o epílogo não é do blog, mas do primeiro arco de histórias da Menina Morango. O que eu considero o primeiro livro fecha com a próxima história chamada "Dia dos Mortos".

Já existe um história com esse nome, surrupiei o título dessa hq do meu amigo Moacir Martins. Ele fez uma hq de horror para a revista Histórias Extraordinárias, isso lá no fim dos anos 80. Dia dos Mortos é um peso gosto muito desse título. A história do Moacir não tem nada a ver com o próximo capítulo da Menina Morango, mas quando li a hq do Moacir o que não saiu da minha cabeça foi a expressão dia dos mortos. Senti um peso, pensei nesse peso que é quando perdemos um ente querido, em como é o dia que morre alguém próximo, ou o dia depois ou dias depois...é o dia dos mortos (nós os vivos somos os mortos).

Foram essas as ideías que circulavam na cabeça, na época que eu recém tinha finalizado a Rotina na Terras das Risadas. Quendo eu desenhei A Rotina na Terra das Risadas eu demorei quase um ano fazendo essa hq, eu desenhava e não tinha idéia do que seria a história, fui meio que convivendo com as personagens, eu me encontrava na mesma posição que a personagem Cao. Querendo entender todos aqueles personagens, Menina Morango, o Assassino e o Nick. No meio daquilo descobri que essa hq era o um monólogo sobre a morte. Nick queria morrer e eu o ajudei. Descobri juntos com todas as personagens a morte do Nick e recebi o mesmo peso.

Quando contei o processo de criação dessa hq para o Rodrigo Rosa ele ficou estimulado em experiementar esse tipo de produção onde se começa uma hq sem saber onde ela vai acabar. Eu o convidei para fazer parte desse universo e criarmos juntos Dia dos Mortos. Foi mais ou menos assim: Oralmente eu descrevia os quadros e páginas e Rosa deixava a sua marca sem esboço, como o episódio Menina Morango que eu desenhei, ele traçou com grande maestria o pincel e o nanquim nas folhas. Marcou em linhas o peso do Dia dos Mortos.

Depois de duas horas tínhamos dez páginas. Anos depois, passados 17 anos eu ainda considero as melhores páginas dessa dupla e a melhor hq que fiz. Foi ali que entendi a minha busca nos quadrinhos, a minha marca, que me importo e quero contar histórias humanas e não gêneros.

Boa leitura.

Carlos Ferreira