segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Criando a Menina Morango

Foi em 1991 que eu desenhei a Menina Morango pela primeira vez. Era verão, dezembro. Pós a I Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro. Essa babilônica experiência ainda latejava em nossas cabecinhas. Falo das jovens cabecinhas gaúchas que estiveram lá no Rio e presenciaram o fato extraordinário de conviver com os deuses dos quadrinhos como Moebius, Will Eisner, Alberto Breccia, Muñoz, Liberatore, Janô, Mattotti e outros. (Em breve eu vou escrever sobre a I Beinal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro nos Quadrinhos Criticados.)
Depois de uma experiência como a B.I.Q.R.J. como não escrever e desenhar quadrinhos? Como não soltar a mão?
Eu lembro que era mais uma indiada na casa do Drégus (clássicas reuniões de amigos onde produzíamos videos, quadrinhos e textos. Tudo isso durante uma contínua maratona de filmes, coca-cola, bolachas recheadas, encontros amorosos com belas garotas, trotes telêfonicos e muita abobrinha.), uma fotografia de uma garota caminhando na rua em uma revista chamou a minha atenção ao ponto de eu pegar o naquin, um pincél, papel e desenhar ali mesmo. Não um simples desenho, mas uma hq interia. Foi como assistir um filme de Win Wenders e psicografar em rabiscos e esboços uma história sobre uma garota e um contrato.
Desenhei e escrevi sem esboçar nada. Foi algo radical que proporcionou todo o caminho que mantenho até hoje nos quadrinhos.
Nasceu ali a Menina Morango. Traço simples em um texto oculto. Eu exorcisando um amor partido. Sim, ela é baseada em uma ex-amante. Transformei um amor na minha melhor personagem.
As vezes é bom levar um fora.

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