segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A Rotina na Terra das Risadas-19

A Rotina na Terra das Risadas-18

A Rotina na Terra das Risadas-17

A Rotina na Terra das Risadas-16

A Rotina na Terra das Risadas-15

A Rotina na Terra das Risadas-14

A Rotina na Terra das Risadas-13

A Rotina na Terra das Risadas-12

A Rotina na Terra das Risadas-11

A Rotina na Terra das Risadas-10

A Rotina na Terra das Risadas-09

A Rotina na Terra das Risadas-08

A Rotina na Terra das Risadas-07

A Rotina na Terra das Risadas-06

A Rotina na Terra das Risadas-05

A Rotina na Terra das Risadas-04

A Rotina da Terra das Risadas-03

A Rotina na Terra das Risadas-02

A Rotina na Terra das Risadas-01

A Rotina na Terra das Risadas

A Rotina da Terra das Risadas é segundo episódio da série Menina Morango. Comecei a desenhar isso em São Francisco de Paula, na serra gaúcha em 1991. Cortei uns cartazes de uma exposição do Mottini, que fui curador com o Rosa, exposição organizada pela Grafar, usei o verso desses cartazes para desenhar essa hq.
Mais uma vez comecei sem um roteiro, só com ganas de desenhar. O pouco que eu lembro do processo de criação é isso e mais um detalhe: Cao. Foi aqui que eu desenhei o Cao pela primeira vez.
Segundo a cronologia que crio no blog Menina Morango, depois de Pessoas Incertas, o Cao, metaforicamente, sai em busca do seu universo, sua identidade e...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Papo Informal

Antes de eu colocar a próxima história da Menina Morango no blog, eu queria dizer algumas coisas aqui. Teremos mais três histórias publicadas e fecharemos o arco da primeira temporada da Menina Morango. Vamos contar com a participação especial de outro desenhista, ainda nesta primeira temporada, vou manter um suspense de quem é o sugeito, mas adianto que o cara é um dos melhores que eu conheço.
Estou colocando um texto ilustrado com fotos da época da I Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro lá no blog Quadrinhos Criticados- Arquiteto das Sombras, época geradora da Menina Morango. É legal de olhar e ler o que tá lá ajuda entrar mais do clima dessa hq.
Na próxima segunda eu começo a postagem nova da próxima hq da Menina Morango.
Valeu!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Menina Morango por Alberto Breccia

Curiosamente, uma das primeiras pessoas que eu confidenciei as minhas idéias para a criação da personagem Menina Morango foi Alberto Breccia. Quadrinhista uruguaio um dos melhores autores das histórias em quadrinhos que já existiu. Ele e o roteirista Hector Oesterheld são o verdadeiros criadores do quadrinho adulto. Publicaram séries em historietas como Mort Cinder e Sherlock Time, aventuras de primeira linha de suspemse e horror de deixar qualquer fã de Poe, Borges, Lovecraft de cabelo em pé. Breccia contou que o letrista de Mort Cinder desistiu do trabalho devido ao medo que sentia das páginas desenhadas enquanto letrerava as hqs na noite. Realmente é um climão o Mort Cinder.
Contei para o Breccia que a minha idéia com a Menina Morango era fazer uma série de histórias pelo resto da minha vida, seguir os passos do Hugo Pratt com o Corto Maltese. Enquanto eu falava pelos cutuvelos, Breccia seguia distráido e desenhando. As vezes " el viejo" me mirava secamente. Eu intimidado. Ele notava o meu suor gelado, e gentilmente dizia para eu continuar a charla. Eu disse tudo que podia ali, a minha intensão de exorcizar o processo de separação da minha primeira namorada em páginas de aventuras inspiradas em Julio Cortázar, Raymond Chandler e Sam Shepard. Eu faria da personagem uma prostituta que faz quadrinhos. Mostraria a infância da personagem, a sua vida adulta e a sua morte.
Então perguntei:
" O que o senhor, achas?"

Breccia ergueu uma folha de papel amassada e disse:
" É para vos. Un dibujito mío de tu loco universo, chico."

Eu não acreditei. O "viejo" desenhou a Menina Morango como uma velha prostituta dominadora.

Eu disse:
" Quando eu publicar a série, eu posso publicar o desenho?"

Breccia:
" Hacer lo que queiras, chico. És tujo!"

Estou aqui olhando o desenho, pensando em publicar aqui...será?
Acho que não. Acho que vou guardar como uma surpresa na próxima edição da PeekaBoo.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Menina Morango- pg 4

Menina Morango- pg 3

Menina Morango-pg 2

Menina Morango- pg 1

Criando a Menina Morango

Foi em 1991 que eu desenhei a Menina Morango pela primeira vez. Era verão, dezembro. Pós a I Bienal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro. Essa babilônica experiência ainda latejava em nossas cabecinhas. Falo das jovens cabecinhas gaúchas que estiveram lá no Rio e presenciaram o fato extraordinário de conviver com os deuses dos quadrinhos como Moebius, Will Eisner, Alberto Breccia, Muñoz, Liberatore, Janô, Mattotti e outros. (Em breve eu vou escrever sobre a I Beinal Internacional de Quadrinhos do Rio de Janeiro nos Quadrinhos Criticados.)
Depois de uma experiência como a B.I.Q.R.J. como não escrever e desenhar quadrinhos? Como não soltar a mão?
Eu lembro que era mais uma indiada na casa do Drégus (clássicas reuniões de amigos onde produzíamos videos, quadrinhos e textos. Tudo isso durante uma contínua maratona de filmes, coca-cola, bolachas recheadas, encontros amorosos com belas garotas, trotes telêfonicos e muita abobrinha.), uma fotografia de uma garota caminhando na rua em uma revista chamou a minha atenção ao ponto de eu pegar o naquin, um pincél, papel e desenhar ali mesmo. Não um simples desenho, mas uma hq interia. Foi como assistir um filme de Win Wenders e psicografar em rabiscos e esboços uma história sobre uma garota e um contrato.
Desenhei e escrevi sem esboçar nada. Foi algo radical que proporcionou todo o caminho que mantenho até hoje nos quadrinhos.
Nasceu ali a Menina Morango. Traço simples em um texto oculto. Eu exorcisando um amor partido. Sim, ela é baseada em uma ex-amante. Transformei um amor na minha melhor personagem.
As vezes é bom levar um fora.

sábado, 15 de novembro de 2008

Pessoas Incertas

Origem do Cao

Um dos principais personagens da Menina Morango nasceu em um roteiro que eu escrevi para um projeto do Drégus, falo do personagem Cao. Projeto Phil.
Foi no ano de 1988, eu com 17 anos tinha idéias novas para o Philip Packard, um detitive particular noir em uma Porto Alegre dos anos 80. Phil nasceu da paixão e identificação do Drégus pela personagem David Addison da série de tevê Moonlighiting ( A Gata e o Rato) e a personagem Philip Marlowe de Raymond Chandler. Drégus contrabandeou essas personagens e misturou em seu liquitificador cerebral dando a luz ao Phil.
Li os primeiros roteiros do Phil em 1987, lá no centro de Porto Alegre, na Galeria Chaves, na Lancheria Feira das Frutas. O roteiro Laura foi o primeiro texto que li para a série Phil. Drégus bebia um suco de laranja. ( Isso na época em que ainda nem tínhamos tomado uma gota de álcool. Eramos uns guris nerds de merda. Quem diria? Cleans, ingênuos e puros. Mas nos textos que escrevíamos: homens expêrientes com a mulherada, tragueros, cínicos e cafalhões.). Quando terminei o texto o Drégus perguntou:
"Que achou?"
" Bah...afudê!"
" Mas tu não riu?"
Drégus é o mestre nos diálogos. Mas o Phil, para mim, ainda faltava algo. Faltava o romântismo do Drégus por personagens Noir. Eu achava o Phil o clichê detetive, era bem escrito mas faltava uma alma humana nele. Então, meses depois tive a idéia de um roteiro, escrevi e dei para o Drégus ler.
Foi a minha vez de perguntar:
"E aí? Que achou?"
"Bah... afudê?"

O que fiz foi por a alma do Drégus no Phil e dei um nome brasileiro para ele: Edison Montenegro. Um sujeito que na adolescência era fã dos filmes Noir, fazia quadrinhos com um amigo chamado Cao. Foi aí que nasceu o Cao, o meu alter-ego.
Como a casa do Drégus tem um buraco negro, o roteiro foi perdido, nós postergamos escrever e desenhar a série Phil, salvo algumas poucas hqs desenhadas, crescemos (até parece), fomos mulherengos e bebuns por décadas. Daí, o sonho acabou e viramos tiozinhos, diretores e cineastas. Partimos para o resgate desse meu argumento chamado Pessoas Incertas e fizemos um curta.

Bom, convido a todos pegar uma pastelina e uma cervejinha e assistirem ao curta:

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Centauros-06

Centauros-05

Centauros-04

Centauros-03

Centauros-02

Centauros- 01

Nasce Menina Morango

Uma rápida introdução. Quando eu comecei com essa história de fazer quadrinhos me foquei com uma pretenciosa idéia de fazer uma série em quadrinhos. Inspirado em séries de tevê como Twin Peaks; séries de quadrinhos como Torpedo e Monstro do Pântano; e sequências reais de uma época da minha vida. Foi assim que surgiu uma lisérgica história em quadrinhos batizada de Menina Morango.Isso lá no início dos anos 90. De lá para cá eu produzi em um ritmo caótico mais de trezentas páginas desse universo que é quase inédito, salvo três histórias publicadas na revista PeekaBoo Quadrinhos e a mini-série CAOS. Universo apelidado de Ferreteria.

Decidi finalmente abrir as caixas da última mudança que fiz há cinco anos e revi essas páginas e personagens como Cao, o Assassino do boné N, Niki, o Homem-Corvo e outros...Foi uma sensação estranha rever essas páginas mofadas e mágicas.
Abri as minhas caixas de Pandora e um universo gritou! Vai expandir aqui!
Essa extensa saga da Menina Morango tem um conto com um bom clima de introdução dessa dimensão de realismo fantástico, apesar da ausência da personagem principal Cristina, Menina Morango.
Centauros é uma história escrita e desenhada em 1994, eu me inspirei numa escadaria aqui em Porto Alegre, e fotos expressionistas. Na época eu queria criar uma hq que não fosse do universo Menina Morango, mas relendo esse quadrinho, hoje, eu vejo que tem tudo a ver com a Cristina. Acho até que ela é a Morela (uma das personagens de Centauros), Cristina poderia estar disfarçada...Bom, melhor não falar nada. Deixar vocês descobrirem o mundo da Menina Morango.